terça-feira, 1 de julho de 2008

MANDELA MERECE MAIS

Acompanhei através da STV, o megaconcerto realizado na sexta-feira, 27/06/08 na capital inglesa, a cidade de Londres, em homenagem ao antigo presidente da República da África do sul, Nelson Mandela.

Foi um concerto imemorável e de grandes dimensões se tivermos como amonstra a moldura humana que se dirigiu ao local, o pérfil dos artistas que desfilaram naquele palco, o calor e animação que coloriram a festa. Se não me engano, aquele foi ou será o maior espetáculo do mundo, neste ano.

Londres estava em apoteose jamais vista, visto que, preparar e acolher uma festa em homenagem a uma figura como Nelson Mandela é raro. O concerto que parou Londres e o mundo por via audiovisual (TV), foi realizado em comemoração ao 90˚ aniversário natalício de Mandela e em reconhecimento ao trabalho que tem vindo a desenvolver na luta contra o HIV/SIDA através da campanha 4664. O momento mais alto do evento deu-se quando o conceituado artista Will Smith anunciou a entrada ao palco do homem que inspira e continuará inspirando gerações em todo mundo, Nelson Mandela.

Naquele momento viram-se lágrimas de emoção. Mandela veio ao palco acompanhado por sua esposa Graça Machel, pronunciou poucas palavras, mas com grande significado e no fim, disse: “Está nas vossas mãos, eu vos envio”. Esta forma sábia de terminar fez-me peceber que, não obstante a tanta maldade que há debaixo do sol, Mandela acredita num mundo cheio de amor, de união e de fraternidade entre os Homens.

Nelson Mandela nasceu em Transkei na África do sul, em 1918, é um grande defensor dos direitos do Homem, notabilizou-se com a sua forte participação na luta contra o apartheid na RSA. Ficou na prisão durante 27 anos.
Em 1994 foi eleito o primeiro presidente negro da África do sul tendo renunciado o poder após cinco anos de governação, uma atitude rara no contexto africano onde o vírus da obsessão pelo poder assola vários presidentes do continente. Depois da sua libertação, perdoou os seus opressores e criou um ambiente de convívio salutar entre as pessoas sem olhar para o passado e as diferenças raciais. Hoje Mandela é Nobel da Paz e, aos 90 anos de forma incansável desenvolve actividades que visam minimizar o sofrimento daqueles que estão afectados e infectados pelo HIV/SIDA através da campanha 4664.

Meus senhores, os verdadeiros valores de um Homem não se medem pelo número de contas bancárias no estrangeiro, nem pela acumulação fraudulenta de capitais, muito menos roubando ao povo e promovendo o nepotismo, paternalismo, tribalismo, regionalismo, etnocentrismo, individualismo, hipocrisia, chantagens e corrupção para alcançar ganhos materiais e políticos. É triste, mas é assim como se vive em África, Mandela nunca agiu de igual maneira, razão pela qual hoje, o mundo pára com objectivo de o homenagear.

Em contrapartida, acredito que comemorações do género nunca serão organizadas para venerar a pessoa de Robert Mugabe, presidente do Zimbabwe a não ser que novos acontecimentos se façam sentir e mudem o rumo das coisas.
Como Mahatma Ghandi, madre Teresa de Calcutá, Malcon X, Ernesto Che Guevara, Martin Luther King, entre muitos outros que lutaram pelas mais nobres causas humanas, a História sempre lhes guardará um rodapé, bem como estes; o nome de Nelson Mandela será imortal nas nossas memórias porque a sua obra atingiu dimensões que nem o passar dos séculos apagará.

Felizmente, a história é justa, apagará e nunca reconhecerá aqueles que enriquecem delapidando o erário público, que perdem noites para desgraçar os desgraçados, aumentando a dor das almas que sofrem e perpetuando falsas promessas eleitorais por causa dos seus interesses individuais.
Diante disto tudo, há que dizer bem-haja Nelson Mandela que o teu exemplo nos inspire e prossiga de geração em geração até ao fim dos tempos, tu transformaste lágrimas de sangue em chuva que traz novas esperanças para um novo começo.
E quanto a mim só me resta perguntar-te: Como seguir os teus passos MADIBA?

Por: Felix da Esperaça fdaesperanca@hotmail.com

2 comentários:

Jorge Saiete disse...

Caro,
Se entre os actuais chefes de Estados de Africa tivessemos 3 com uma postura igual ou proxima a do Mandiba o nosso continente teria outro rosto.

Mandiba só se compara a ele mesmo e não estranharia se nos dissessem que ele se sente triste e envergonhado com os Mbekis, Zumas, Mugabes etc. A nós apenas nos resta tentar seguir seus passos, o que é evidentemente dificil.

Reflectindo disse...

Madiba, o homem incontornável. Quando ele abdicou o poder ainda muito cedo e no fim de apenas um mandato, pensei que ele já se tinha tornado modelo para muitos dos nossos líderes, mas nem para Thabo Mbeki ele foi.

Viva Madiba!