terça-feira, 8 de julho de 2008

A CIDADE QUE QUEREMOS TER DENTRO DE DEZ ANOS II

Não podemos continuar a pôr questões políticas acima de tudo, afinal onde é que está o amor à pátria ou aquilo que os outros simplesmente chamam por patriotismo, chega de trocar trabalho com votos, o município e o país são nossos e para cuidá-los ninguém virá de fora.

Precisa-se, por outro lado, de disciplinar o mau e indigno comportamento da nossa polícia camarária que olha em tudo como fonte de extorção para satisfazer os seus apetites estomacais e de vária ordem.

Eliminando essa atitude estará a contribuir para um convívio salutar entre os transportadores privados e os munícipes, visto que, estes são o maior grupo alvo das investidas corruptas da nossa polícia e, em jeito de vingança dá naquilo que todos nós cidadãos pacatos vemos e sofremos, o encurtamento de rotas, ultrapassagens e manobras perigosas, velocidades fora do normal, tudo para reembolçar o dinheiro que foi com o agente da câmara municipal.

Cabe a vós também senhor presidente do município adoptar boas políticas que visam promover a educação cívica do cidadão, por este não estar isento de culpa na degradação da cidade. Essa educação deve incutir na consciência do munícipe a atitude de cuidar a cidade evitando urinar nas árvores, deitar lixo fora dos contentores e manter a cidade limpa tal como se fosse a sua própria casa, álias a cidade é também nossa casa.

Ao investir na área de educação cívica do cidadão estar-se-á criando condições para que o município tenha ar puro o que consequentemente proporcionará uma boa saúde aos seus habitantes, a educação cívica contribui também para acabar com a criminaldade e os acidentes de viação.

Nos primeiros anos após a independência nacional, uns testemunharam in locos e muitos de nós por via dos meios de comunicação, que muitos cidadãos não sabiam como viver na cidade por isso levavam consigo animais domésticos para os prédios, há relatos também indicando que faziam-se hortas no terraço dos edifícios, pilava-se nos andares dos mesmos, álias, foi apropósito disso que o escritor Mia Couto escreveu a crónica “Um pilão no nono andar”.

Todo esse comportamento aconteceu porque alguma coisa falhou no que concerne a consciencialização das pessoas quanto aos modos de vida citadina. É bem sábido que nem todos denotamos tendências urbanas muitos de nós temos uma inclinações campestres.

Foi nessa mesma ordem de ideais que Aristoteles o filósofo grego da antiguidade clássica nos seus escritos sobre A Polis disse que antes de levar o Homem à cidade é necessário submeter-lhe a uma certa formação para que melhor se integre nela.

Com uma forte política de consciencialização acabará a relutância dos munícipes em vender nos passeios da urbe, não haverá meninos da rua nem mendigos que vivem pedindo nas avenidas, uma atitude que mancha a nossa dignidade e a beleza desta cidade que é de todos nós.

E, trabalhando com afinco nunca mais a nossa cidade será mencionada nos relatórios internacionais como uma das dez cidades mais sujas do mundo. E nestas poucas palavras acho ser tudo quanto penso que deve ser feito para termos a nossa cidade ideal.

Portanto, dentro de dez anos queremos uma cidade melhor, e isto pressupõe a eliminação da maior parte dos problemas que assolam os munícipes.
fdaesperança@hotmail.com