Acompanho as músicas do cidadão Zico e a sua malta. Esse grupo de músicos, Zico e a malta, ganhou um espaço enorme na sociedade moçambicana nos últimos tempos, por um lado a popularização da música e a imagem desses músicos tornou-se algo questionável e por outro ”a morte viva de músicos da velha guarda” outra questão. Tendo em conta o dilema que enveredamos, quando estes saem à rua e apresentam a sua máscara em resultado da globalização, um reduzido número se calhar sae a gritar sob forma crítica ao estado deplorável da música assim no entanto que o conteúdo da música.
Real é, o Zicoísmo ou o fenómeno Zico e a sua malta como os pretendo chamar e considerar, constituem um conjunto de fenómenos sociais que não estão dissociados com outros fenómenos sociais que dilaceram na nossa sociedade moçambicana moderna.
Recordemos um pouquinho do Estruturalismo-funcionalismo, onde numa estrutura dentro dela tem os que compõe, se uma dessas componentes não funciona a estrutura fica ameaçada, notando-se porém problemas que influenciam quase todo o sistema. O conjunto das relações sociais, dentro da tribo, família, organizações políticas e sociais desempenham um papel muito importante em qualquer sociedade. Onde a forma de desmitificar a realidade torna uma questão relativa em diferentes amplitudes sociais. Se formos a ver, o caso da sociedade moçambicana temos um conjunto de valores que pese embora em deterioração há sinais da conservação desses valores numa certa camada etária. Mas, essa conservação as vezes fica ameaçada com a marca da pobreza, dominado e engajado no consumo daquilo que é externo. Em questão está, a crítica aos músicos que o conteúdo das suas músicas deixam e criam manchas, promovendo a marginalidade, a nudez, a falta de vergonha e a marginalização da mulher como ela sendo objecto no sentido machista. Daí, a observação poderia ser vista em questões tais como: Que sociedade nós estamos e vivemos? quem consomem e porquê a música dos Ziquistas? E porquê criticamos? O que estaria por detrás desses músicos.
Esse é um problema de determinismos sociais que amontoam o nosso caminhar para uma nova etapa que não é a de barbárie como Morgan
quiz dizer, mas uma etapa onde a liberdade confunde-se com a liberdinagem. Essa liberdinagem poderá chegar ao ponto da selvageria. Onde “a Moda de Cão” a querer expressar-se como posição sexual e abuso deste, em qualquer tempo e espaço poderá tomar o cenário social e transformar a moda de cão numa moda humana. Bem ou mal, nossas irmãs, eu e outros escutámo-las e procuramos implementar a moda de cão, parece incosciente e saímos à rua a gritar “valores morais”.
Recorde, assunto está em abordagem no Dário de um Sociólogo e Meu Mundo
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2 comentários:
Concordo consigo quando diz que “Em questão está a crítica dos (substituindo na minha perspectiva dos em aos, pois penso que é a estes a quem se dirigem as criticas, se estiver errada, agradeço a correcção) músicos que o conteúdo das suas músicas deixam e criam manchas, promovendo a marginalidade, a nudez, a falta de vergonha e a marginalização da mulher como ela sendo objecto no sentido machista”. Bom, como me é característico, vou centrar o meu comentário num trecho do artigo que nos propõe, em particular no espaço que é dado a mulher nessa salada.
Realmente as músicas que se ouvem nas rádios e vêem-se nos canais de televisão nacionais, merecedores até de largos espaços de difusão, são uma apologia à promiscuidade.
Desde o conteúdo vazio das referidas músicas (que muitas vezes resumem-se em interjeições) das quais esperamos ensinamentos, vivências ou experiências, mensagens reais (talvez daí advenha a nossa revolta), passando pelo exibicionismo (carros top gama, roupas de marca (?), casas fabulosas, etc.) puros cenários de incitamento a marginalidade (se não os posso ter cantando, que os tenha roubando) chegando ao espaço e papel dado a mulher nessa salada, putz, só podem chover criticas sobre estes estilos musicais!
Tenho reparado que, por exemplo, num universo de 20 clips, que participam em concursos televisivos (que extorquem valores aos incautos) e que incentivam a produção de mais clips do género (esse é o prémio para o vencedor), 80% apresenta mulheres quase nuas rebolando sorridentes, em posses de predadoras de homens, como se de concursos de Miss biquini não anunciados se tratassem.
Essas raparigas, ao contrário do que pensam, não são valorizadas. Aliciadas por 1 minuto de fama e/ou um punhado de meticais, para comprar um par de txuna babies expõem-se ao ridículo. São expostas como se de carapaus do mercado Central com as guelras expostas se tratassem!
Sejamos francos, a culpada marginalização da mulher não é só do Ziquismo! É dela mesma, da família, da sociedade.
Obrigado Ximbitane, pelo reparo que fez e incitação a debate nessa salada que se presumem em Fenómeno. Associado à outros que vivemos. Quem sou eu em refutar esse caché de conhecimento argumentado acima pela Ximbitane. A final todos partilhamos mesmos sentimentos no que diz respeito ao fenómeno Zico e a sua malta. Trata-se no entanto, do conteúdo da música, onde este conteúdo é exteriorizado pelos conjunturados em resultado da forma como a dinâmica das coisas nos dá acesso a compreensão destas e a sua aplicação em bom sentido.
Ainda comungo com Ximbitane, sobre o uso da mulher como se fosse um objecto simples num preço de “macarapau” e até de “rali”. Este ponto merece bons olhos. É daqui onde a luta para emancipação da mulher encontra entraves, visto que, por um lado a mulher sai ela, como um objecto de adorno auto e induzido a ser uma super woman na sedução para o processo comercial de CDs e vídeos Clips de injúrias aos “valores moçambicanos por que não africanos no geral.”
É verdade Ximbitane, a educação começa de casa, da família. Quando esta educar para o estilo que os Ziquistas vivem, terminamos assim nos debates. É daí que as ciências sociais tem um papel importante neste caminho.
MR
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